quarta-feira, 15 de maio de 2019

Opinião & Análise, 135 dias




Em 29 de março de 2019 o jornal Correio Brasiliziense divulgou matéria em que apontava que o jornal estadunidense  'The Economist' fazia críticas ao governo Bolsonaro de quem sugerira que o respectivo mandato poderia ser curto; já em 15 de maio de 2019, o jornal Estado de Minas publicou que o vereador Carlos Bolsonaro  (PSL/RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, também do PSL fluminense, recorreu, como de costume, às redes sociais, desta feita para anunciar que o presidente Bolsonaro corre o risco de não concluir o mandato presidencial.

Vale lembrar que o atual Presidente fora eleito sob a batuta de que ele seria diferente de todos os seus antecessores, e vendeu sua candidatura à grande mídia nacional afirmando que ele representava o novo (mesmo sendo parlamentar por cerca 27 anos consecutivos); filiado a um partido nanico, lembra a trajetória de Fernando Collor de Mello, em 1989, que também se apresentara como o novo, o moralizador, o caçador de marajás; coincidentemente, a grande mídia nacional, naquela ocasião, também encampou essa ideia; sabe-se no que deu.

Do alto da sua arrogância, Collor tentou governar sem atender aos parlamentares do Congresso Nacional e com isso foi acumulando antipatias até mesmo entre aqueles que o apoiaram na campanha eleitoral vencedora, assim não conseguiu formar uma base forte de apoio, e os descontentes, aliados à oposição ressentida em pouco tempo deu cabo a seu governo.

Assim, vale salientar que todas essas características constituem marca do atual Presidente do Brasil (Bolsonaro), com a agravante citada pela senadora  Simone Tebet, que segundo ela: “Temos um presidente que, quando fala, cria crise”,  mas não para por aí, pois no governo do Presidente Bolsonaro há, além do astrólogo Olavo de Carvalho, que sempre desestabiliza qualquer base governista com suas picuinhas proferidas contra militares, também os três filhos falastrões, que provocam transtorno ao governo sempre que se pronunciam.

A exemplo de Collor, o Presidente Bolsonaro resolveu desafiar a inteligência dos brasileiros, e, mais que isso, adotou uma política segregacionista, ao afirmar que não é presidente de nordestino, implantou uma política de agressão ao meio ambiente (ministro Ricardo Salles condenado), determinou corte de 30% das verbas das Universidades Federais, e, com isso, o ministro da Educação, Abraham Weintraub,  foi convocado para prestar esclarecimentos no Plenário da Câmara Federal neste dia  15 de maio de 2019.

O governo Collor também provocou o povo brasileiro, num momento em que atravessava uma grave crise pré-impedimento, quando convocou a nação a ir às ruas protestar contra o processo que corria contra ele; o povo correspondeu ao chamado, contudo, não saiu como ele desejara; as pessoas lotaram as ruas das grandes cidades, com as suas caras pintadas de verde e amarelo, ecoando o grito de Fora Collor.

Hoje, exatos 135 dias depois de muitas intrigas palacianas, nomeações e exonerações, declarações e desmentidos, depois de negociatas que já estão na iminência de elevar o número de ministros previstos inicialmente para serem apenas dezessete, mas que agora somam 22, e que futuramente, já se sabe, serão 29 ministérios para acomodar indicados políticos, e depois da manipulação para liberar R$40 milhões em emenda parlamentares, de modo a garantir apoio para a reforma da previdência, a população manda um recado retumbante à trupe de Bolsonaro, ao sair às ruas para protestar contra essa política desastrosa, política comandada por ele, seus gurus e por aqueles que o rodeiam.

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