terça-feira, 25 de julho de 2017

SARNA, ESCABIOSE E IMPETIGO

Assunto: MEMORANDO Nº 31/2017 - DIRETORRIA DE SAÚDE MENTAL / COORPSAM / SUBSIS

Vem sendo divulgado por alguns meios de comunição, inclusive WhatsApp, o documento acima identificado, em que consta a ciência da Secretaria de  Estado de Saúde do DF a respeito dos casos de SARNA identificados no complexo penitenciário da Papuda, em Brasília.
Segundo o tal documento, a Secretaria em epígrafe informa "NÃO SEREM CASOS PREOCUPANTES", por não se tratar "DE DOENÇA NOVA OU DESCONHECIDA", além do mais, segundo a pasta, "HÁ TRATAMENTO DISPONÍVEL NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE".
E a secretaria informa quais são as razões da infestação da patologia, quais sejam: "CONDIÇÕES INSALUBRES DO LOCAL (FALTA DE HIGIENE, MUITAS PESSOAS ALOJADAS EM ESPAÇOS PEQUENOS, COMPARTILHAMENTO DE ITENS DE USO PESSOAL)."
Dentro do seu mister, a Secretaria ainda faz recomendações específicas ao Sistema Socioeducativo do DF, entre as quais destacam-se a orientação dos jovens quanto à necessidade da higienização, e o pronto encaminhamento ao médico do possível afetado, que apresente "SINTOMAS COMO COCEIRA, BOLHAS E ERUPÇÕES NA PELE...".

OS NÚMEROS
Ainda que a Secretaria de Saúde tente "tapar o Sol com a peneiera", com vistas a esconder a real situação, ninguém deve se deixar enganar por tal informação; no dia 13 de julho de 2017, o diário Correio Braziliense trouxe uma reportagem em que dava conta de que 692 presos foram infectados por bactéria e por um parasita que causam escabiose (Erupção da pele, contagiosa, ...) e impetigo (Moléstia da pele, contagiosa, ...), na Papuda.
O mais grave é que, segundo o jornal, "A Gerência de Saúde Prisional admitiu ser possível que alguns familiares tenham sido contaminados, já que as doenças são contagiosas." ; a consequência disso, todos podem presumir, há a real possibilidade de esses familiares saírem por aí contaminando mais e mais pessoas, ao utilizarem o transporte público.
Já portal http://g1.globo.com de 24 de julho de 2017 publicou que o número de infectados no presídio de Brasília saltou de 692 para 2.095 casos no período de apenas uma semana; isso corresponde a um incremento 202,7%, informa; e, mais, a enfermidade que antes atingira somente dois prédios, agora se alastra por todo o complexo.

A REALIDADE DA SAÚDE
As recomendações da saúde, por intermédio do memorando, quanto aos internos do SSE/DF, já estavam sendo praticadas, antes mesmo das tais sugestões conforme a seguir descrito: o interno XXXXX (a identificação neste espaço, não é permitida, por força de lei) foi encaminhado  ao núcleo de saúde desta unidade de internação, onde foi atendido por um médico; este profissional diagnosticou o jovem como estando afetado por doença infecto-contagiosa, e ao ser informado de que outro jovem também apresentava os mesmos sintomas e queixas, recomendou o imediato isolamento de ambos, posto que do contrário, segundo sua avaliação, haveria risco iminente de propagação da patologia para os demais moradores da ala, podendo mesmo atingir os profissionais. O isolamento foi providenciado e foi relatado no livro de ocorrência do módulo de convivência.
Por oportuno, o que mais intriga é o fato de que nem a Secretaria de Saúde, nem a da Criança e do Adolescente faz qualquer menção aos servidores atuantes no Sistema Prisional ou no SSE. Esses profissionais são descartáveis, ao que parece, para ambas as secretarias. (texto adaptado).

A REALIDADE DA HIGIENE
Quanto à questão da higiene, veja-se o que vem sendo relatado sistematicamente no mesmo livro de ocorrências: Deixa-se consignado que há longo tempo observa-se que o material de higiene pessoal e de limpeza tem-se tornado cada vez mais escasso e insuficiente para suprir a demanda dos jovens internados nesta Unidade, haja vista que nas últimas distribuições desse tipo de material, não foi possível entregar quantitativo suficiente, i.é., no plantão tal, de 00/1/2017 foram entregues um (1) rolo de papel higiênico por quarto, meio (½) sabonete  por interno e meia (½) barra de sabão para lavar roupas, também por interno; no plantão de 00/2/2017 foi entregue meio (½) sabonete para cada interno e um (1) rolo de papel higiênico para cada quarto; no plantão de 00/3/2017, foram entregues aos jovens um (1) sabonete para cada interno e um (1) rolo de papel higiênico por quarto; no plantão de 00/6/2017, o material distribuído aos internados, se resumiu a tão-somente um (1) rolo de papel higiênico por quarto e meio (½) sabonete  por interno, cuja duração prevista é para o período de uma semana; já neste plantão de 00/7/2017 foi entre aos jovens um (1) rolo de papel higiênico por quarto e meio (½) sabonete  por interno, cuja duração prevista é para o período de uma semana.
Assim, é mais que perceptível que os internados estão padecendo de graves violações dos seus direitos quanto à questão da higiene pessoal, bem como quanto a limpeza dos respectivos quartos. É mister anotar que cada quarto contém de três (3) a cinco (5) internos, e tal inter-ocorrência vem sendo consignada sistematicamente nas ocorrências administrativas, constantes de campo específico reservado no livro de registro eletrônico.
De outra forma, constata-se a premência de se providenciar o referido material, posto que a falta do produto necessário à higienização pessoal, bem como do ambiente em que convivem os internos, pode favorecer a disseminação de doenças de pele, bem como de outras patologias, que podem ser adquiridas em função da não existência de um ambiente adequadamente limpo e próprio à habitação.
Nunca é demais recordar que ao examinar a situação à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990, observa-se que o artigo 94 é taxativo ao afirmar que "As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações, dentre outras: ...inciso VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de HABITABILIDADE, HIGIENE, SALUBRIDADE... ;.
Como se percebe, não é difícil denotar que a Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do GDF não vem garantindo/respeitando, minimamente dentro do limite razoável, os direitos dos socioeducandos internados nesta Unidade, no tocante à questão das condições adequadas de HABITABILIDADE, HIGIENE, SALUBRIDADE.
Assim, é forçoso e recomendável instar as instâncias competentes para que adotem as medidas indispensáveis e urgentes, a fim de que se efetue imediatamente o devido e necessário fornecimento desse material de higiene e limpeza em quantidade adequada às necessidades dos jovens. (texto adaptado).

segunda-feira, 3 de julho de 2017

O Muro verde da vergonha e o conjunto da obra

O brasileiro comum não deve estar, a esta altura dos acontecimentos, entendendo nada; ele aprendeu que as pessoas de bem devem ser honestas e parecerem honestas. Esses mesmos brasileiros ainda devem estar se entreolhando e, perplexos, indagando sobre o que teria mudado desde o advento do impedimento da Presidenta Dilma; naquela oportunidade muitas correntes se alevantaram pregando a  moralidade e o fim da corrupção, no que estavam certas.
Os movimentos "Vem pra rua" e outros programaram e realizaram manifestações de Norte a Sul desse país. A empolgação era tão grande que mais se assemelhava à final de copa do mundo de futebol, só que, nesse caso se torcia contra um partido político e não a favor do Brasil, como poderia parecer.
Partidos políticos de renome capitaneados por seus ícones como Aécio Neves, Aluysio Nunes Ferreira, José Serra, Bruno Araújo, Antonio Imbassahy todos pertencentes aos quadros do PSDB; Agnaldo Ribeiro/PP, Magno Malta/PR, Pauderney Avelino, Alberto Fraga, Rodrigo Maia e Mendonça Filho todos filiados ao DEM pregaram o conjunto da obra para cassar a Presidenta do Brasil, e cassaram.
Passados alguns meses, boa parte dessas estrelas políticas está envolta num mar de corrupção, com vasta documentação escrita, gravações de áudio e de imagens, como fotografias de malas de dinheiro, filmagem de deputado federal na corrida da mala de r$ 500.000,00 para entregá-la o Presidente do Brasil, que seria apenas uma por semana até completar a bagatela de 38 milhões de reais ao longo de décadas, de acordo com a Polícia Federal.
O TSE, do alto do olimpo, mesmo diante do conjunto da obra, absolveu a chapa Dilma-Temer contrariando todas as provas cabais existentes; o STF suspendeu o mandato de Aécio  Neves e logo depois o devolveu, recheado de comentários elogiosos ao parlamentar corrupto, mesmo diante das conversas nada republicanas entre ele e o delator Joesley Batista; o Presidente da República Michel Temer foi gravado pelo mesmo delator, durante um encontro clandestino, fora da  agenda presidencial e em avançadas horas da noite, para tratarem de propina.
A base de apoio do governo Temer se envergonha de apoiá-lo abertamente, e, principalmente, tem medo de 2018, quando haverá eleições gerais e eles temem, dependendo de seu apoio explícito,  serem rejeitados nas urnas, um brutal dilema. O palácio do Jaburu antes recebia políticos de portas abertas, às claras, fazia questão do registro da imprensa para demonstrar  coesão, força, apoio e robustez da base, agora forjaram um muro verde para ocultar quem são os personagens que dão sustentação à corrupção nos encontros políticos, talvez, também tão espúrios quanto aquele mantido com Joesley Batista; fato é que quem vai até lá está se sentindo incomodado e inseguro para mostrar a cara ao Brasil.