segunda-feira, 3 de julho de 2017

O Muro verde da vergonha e o conjunto da obra

O brasileiro comum não deve estar, a esta altura dos acontecimentos, entendendo nada; ele aprendeu que as pessoas de bem devem ser honestas e parecerem honestas. Esses mesmos brasileiros ainda devem estar se entreolhando e, perplexos, indagando sobre o que teria mudado desde o advento do impedimento da Presidenta Dilma; naquela oportunidade muitas correntes se alevantaram pregando a  moralidade e o fim da corrupção, no que estavam certas.
Os movimentos "Vem pra rua" e outros programaram e realizaram manifestações de Norte a Sul desse país. A empolgação era tão grande que mais se assemelhava à final de copa do mundo de futebol, só que, nesse caso se torcia contra um partido político e não a favor do Brasil, como poderia parecer.
Partidos políticos de renome capitaneados por seus ícones como Aécio Neves, Aluysio Nunes Ferreira, José Serra, Bruno Araújo, Antonio Imbassahy todos pertencentes aos quadros do PSDB; Agnaldo Ribeiro/PP, Magno Malta/PR, Pauderney Avelino, Alberto Fraga, Rodrigo Maia e Mendonça Filho todos filiados ao DEM pregaram o conjunto da obra para cassar a Presidenta do Brasil, e cassaram.
Passados alguns meses, boa parte dessas estrelas políticas está envolta num mar de corrupção, com vasta documentação escrita, gravações de áudio e de imagens, como fotografias de malas de dinheiro, filmagem de deputado federal na corrida da mala de r$ 500.000,00 para entregá-la o Presidente do Brasil, que seria apenas uma por semana até completar a bagatela de 38 milhões de reais ao longo de décadas, de acordo com a Polícia Federal.
O TSE, do alto do olimpo, mesmo diante do conjunto da obra, absolveu a chapa Dilma-Temer contrariando todas as provas cabais existentes; o STF suspendeu o mandato de Aécio  Neves e logo depois o devolveu, recheado de comentários elogiosos ao parlamentar corrupto, mesmo diante das conversas nada republicanas entre ele e o delator Joesley Batista; o Presidente da República Michel Temer foi gravado pelo mesmo delator, durante um encontro clandestino, fora da  agenda presidencial e em avançadas horas da noite, para tratarem de propina.
A base de apoio do governo Temer se envergonha de apoiá-lo abertamente, e, principalmente, tem medo de 2018, quando haverá eleições gerais e eles temem, dependendo de seu apoio explícito,  serem rejeitados nas urnas, um brutal dilema. O palácio do Jaburu antes recebia políticos de portas abertas, às claras, fazia questão do registro da imprensa para demonstrar  coesão, força, apoio e robustez da base, agora forjaram um muro verde para ocultar quem são os personagens que dão sustentação à corrupção nos encontros políticos, talvez, também tão espúrios quanto aquele mantido com Joesley Batista; fato é que quem vai até lá está se sentindo incomodado e inseguro para mostrar a cara ao Brasil.

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