Opinião & Análise
A Companhia Energética de Brasília - CEB Distribuição é vendida por r$ 2,51 BILHÕES; essa é a manchete estampada hoje (4dezembro2020) no diário Correio Braziliense, talvez o maior jornal do Distrito Federal; de acordo com o mesmo periódico, a companhia tinha um preço mínimo estipulado em r$ 1,4 BILHÃO; isso leva o leitor/telespectador a imaginar que houve uma avaliação prévia e isenta, acerca do real valor do patrimônio público a ser repassado à iniciativa privada.
Também foi dito que a CEB, antes da privatização, criou uma nova companhia energética, qual seja, uma companhia que terá a incumbência de cuidar do "osso" do negócio, a iluminação pública; isto é, à iniciativa privada o "filé mingnon", ao governo custeado pelos altos impostos infringidos à população, a obrigação de manter a cidade iluminada, certamente esse é o ramo não lucrativo da atividade, e por isso não atrativo ao capital neoliberal.
A mesma reportagem traz como sendo um sucesso a privatização da CEB, posto que ela teria sido vendida com um ágio de cerca de 76% sobre o preço estipulado originalmente, isso significa dizer que o grupo Iberdrola, uma empresa privada espanhola, não gosta de dinheiro ou desconhece seu verdadeiro valor. Imaginar um capitalismo altruísta é uma utopia (na verdade é tentar deliberadamente e de má-fé enganar a população); o sistema capitalista se caracteriza pela "fome" do lucro a qualquer preço e tem por filosofia investir o mínimo indispensável para obter o máximo de lucro possível.
Sabendo-se que não há capitalismo socialista/comunista, isso transporta o leitor/telespectador menos desatento a outra conclusão, a de que o governo não sabe/conhece o real valor que têm as suas empresas ou do contrário, no momento em que decide privatizar, faz subavaliação do seu patrimônio de modo criminoso.
Não se concebe qualquer empresário, capitalista portanto, disposto a pagar por qualquer que seja o negócio quantia que seja acima do valor de mercado, menos ainda com ágio tão astronômico. Fica patente que o chamado sucesso de venda da CEB com ágio de 76,63%, um sobrepreço da ordem de r$ 1,115 BILHÃO não passa de um engodo.
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