terça-feira, 24 de outubro de 2017

Farsas e trapaças

No campo do entretenimento ou da literatura, FARSA é algo maravilhoso; contudo, quando se trata da vida real, no Brasil, isso passa a ser  algo lastimável, desprezível, enfim; veja como o dicionário define FARSA; ali está expresso que essa palavra é definida como sendo uma  peça cômica de teatro, de curta duração e número reduzido de atores, e que tem ação centrada nos fatos triviais da vida cotidiana, e, às vezes, beira o irreal ou o inverossímil; porém essa coincidência, no Brasil atual, 2017, para por aí.
Ops!, por outro lado ainda há uma coincidência, TRAPAÇA, segundo o mesmo dicionário, significa
manobra ASTUCIOSA EMPREGADA PARA ILUDIR; isto é, cacha, galezia, treta, ACORDO FRAUDULENTO para prejudicar a quem se empresta dinheiro; porém, no caso brasileiro não diz respeito a quem empresta dinheiro, mas àquele que usurpa os recursos nacionais (como se próprio fossem) para se manter no poder; significa mais, quer dizer daqueles que dilapidam o patrimônio nacional em proveito próprio ou de outrem, para demonstrar poder e influência, e, além disso, se manter no topo da elite, residindo no mais alto do olimpo, onde as leis comuns não os alcançam, e onde as leis especiais os protegem.
O jornal Hoje, da Rede Globo de Televisão, veja a partir dos 19 minutos, revela o jornalístico deste dia 24 de outubro de 2017, a disposição de o atual Presidente do Brasil, Michel Temer, renunciar a (irrisória ?) soma de cerca de mais de r$ 17.000.000.000,00 dezessete bilhões de reais, como se fossem seus, (mas não o são, e esse dinheiro fará falta na segurança pública, na educação, na Assistência Social  e nos hospitais, entre outras políticas públicas, que deveriam ser prioridade de Estado); haja vista que o atual governo está querendo, a qualquer custo, implementar a tal reforma previdenciária para equilibrar as contas públicas, ou seja, penalizar ainda mais o aposentado, o pensionista e o inválido, exatamente na fase da vida que esse trabalhador mais precisa de apoio, o governo TEMER resolve retirar-lhe o direito à vida, além de comprometer as futuras aposentadorias, em lugar de moralizar a Alta Administração, de combater a sonegação e de cobrar as dívidas dos grandes saqueadores/devedores nacionais, como bancos privados, concessionárias de serviços públicos, leia-se, telecomunicações, entre outras, a JBS,  SAMARCO e a bancada ruralista, a quem TEMER faz afagos e perdoa dívidas bilionárias,  utilizando dinheiro do povo em proveito próprio.
Então, a pergunta que se faz é: como renunciar a ESSA montanha de dinheiro, num país declaradamente em dificuldade financeira? E, isso, se não falarmos dos mimos oferecidos à bancada ruralista, sendo que tal soma chega a 60% dos passivos dessa elite (em multas) com a união? E tudo isso só para obter apoio pessoal contra a denúncia de obstrução à justiça que diz respeito a TEMER e a seus ministros mais próximos, a saber Moreira Franco (sogro de Rodrigo Maia, atual Presidente da Câmara dos Deputados) e Eliseu Padilha, todos figuras carimbadas na POLITICAGEM nacional.
Aliás, sabe-se por intermédio das investigações e das gravações com autorização judicial, e das delações premiadas do envolvimento de TEMER com grupos criminosos e que ele e seu ministério de notáveis foram grandemente favorecidos financeiramente; haja vista os casos de Rodrigo R. Loures e de Geddel V. Lima; de outro modo, este tinha a bagatela de apenas r$ 51 milhões de reais estocados num apartamento como se fosse farinha, milho, feijão, arroz, ou outro qualquer alimento não perecível, embora muitos dos seus correligionários não queiram admitir.
Para obter apoio à sua permanência na Presidência da República do Brasil, o atual Presidente, TEMER é capaz de qualquer negócio, mas..., pera aí..., isso não seria motivo de uma representação judicial por improbidade administrativa, por abuso de poder da máquina pública? Por consequências danosas e irreparáveis contra a população nacional? Cadê  a Advogada Janaína Paschoal, a defensora-mor do Brasil, que agora não se manifesta?
Em outros tempos, tais atitudes seriam passíveis de cassação, segundo a Advogada Janaína Paschoal, aliás, Moreira Franco, segundo TEMER, era apenas um assessor especial; contudo, quando surgiu a denúncia contra seu ministro, TEMER providenciou para ele o cargo de ministro, e até a atualidade isso não foi questionado no Supremo Tribunal Federal - STF, conforme acontecera no episódio Dilma/Lula, por que será?
Afinal, aonde anda o seu (da Janaína Paschoal) patriotismo exacerbado?  Pois o atual Presidente, a saber Michel TEMER, está dilapidando o patrimônio público com apenas dois objetivos, escapar das garras da justiça, que nem é tão justa assim e permanecer à frente da chefia do governo federal, até o fim de 2018, prejudicando os brasileiros.

*Professor Santos é licenciado plenamente em Letras (Português e Literaturas Brasileira e Portuguesa) e é Especialista em Direito Legislativo pela UNILEGIS em parceria com a UFMS/UnB.

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