Que há a necessidade de se reformular boa parte das leis vigentes, não se discute, mas se deve discutir o modo como ela vem sendo patrocinada, a principiar pelas mudanças propostas no setor da previdência social, da área trabalhista e do programa de privatizações, enfim.
Mas isso não é novidade no País, de tempos em tempos aparece um gênio com ideias salvadoras da pátria e elege determinado setor da economia ou certo ramo de responsabilidade do Estado, como sendo o vilão a ser combatido.
A característica marca dessa coalizão que governou o Brasil na década de 1990 e que o faz na atualidade está em voga no presente momento; ela elegeu como prioridade o exorbitante déficit da Previdência Social, a promoção do Estado Mínimo por intermédio das privatizações mesmo em detrimento do Estado do Bem Estar Social, bem como as despesas para a manutenção da máquina estatal.
Assim também fora no passado quando se elegeu os gastos demasiados do antigo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) e o chamado excesso de servidor público bem remunerado (naquela época surgiu até um certo caçador de marajás).
Em 1998, depois dos problemas ocorridos no setor de eletricidade, o Sistema Telebrás foi privatizado, envolto numa nuvem de desconfianças e de denúncias de favorecimento ilícito.
O portal G1 de 16/3/2017 publicou em letras garrafais que o Governo arrecadou R$ 3,72 bilhões com o leilão dos aeroportos de Fortaleza (CE), Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS), e em letras bem menores disse que os lances mínimos para a privatização desses aeroportos eram de apenas 25% do valor da outorga.
Salta aos olhos uma cifra tão expressiva, principalmente quando no mesmo artigo foi dito que os estrangeiros pagaram pelo arremate desses aeroportos um ágio a partir de 94%.
Do mesmo modo também a Folha registrou um sobrepreço astronômico sobre o lance mínimo pretendido pelo governo, aquele veículo informa quais foram os campeões de ágio: os aeroportos de Salvado/BA (113%) e de Porto Alegre/RS (852%).
A forma como o governo e os veículos de comunicação vêm e divulgam o negócio é extremamente satisfatória, contudo ninguém em sã consciência pode crer que os estrangeiros vieram aqui comprar essas concessões, pagando ágios exorbitantes, pois ninguém joga dinheiro fora. Pagar sobrepreço tão alto para prestar serviço num país em descrédito no cenário internacional, ninguém o faz.
Ao leigo mais alienado que possa existir, não há outra conclusão a que chegar..., assim como fizeram com tantas outras privatizações, também agora essa coalizão está dilapidando o patrimônio público. O que houve, na verdade, não foi pagamento de sobrepreço, mas uma MAXIDESVALORIZAÇÃO dos nossos aeroportos.
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