quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Opinião & Análise: Plano de saúde para ex-distrital É IMORAL...

Dois dias depois de o G1.DF publicar que um homem de 28 anos ficou mais de 35 horas no Hospital Regional de Taguatinga, no Distrito Federal, para retirar uma faca cravada nas costas, o mesmo veículo noticia que o distrital Rodrigo Delmasso (Republicanos) propôs um PL, cujo beneficiário é o próprio parlamento, bem como os ex-distritais.
De acordo com o noticiado, a medida pretende diminuir o déficit no plano do qual fazem parte mais de CINCO MIL BENEFICIÁRIOS; dessa massa de protegidos constam deputados, servidores e ex-funcionários comissionados que, mesmo demitidos, têm direito a permanecer no plano pelo resto da vida.
O que se percebe é que CLDF virou uma ilha da fantasia, até ex-comissionados e ex-parlamentares continuam gozando do que existe de melhor na saúde; esses agraciados contribuem com uma risível contrapartida financeira e ainda assim, muitos estão inadimplentes.
Distritais já desfrutam dos melhores salários do país, de autobenefícios inomináveis, como transporte, auxílios de toda espécie, enfim é uma farra contra a população que contribui para com toda essa horda de benesses.
Por que então não abrir esse mesmo plano de saúde para quem quiser participar? Por que somente ex-distritais fazem jus a uma saúde de primeira qualidade? É possível crer que mediante uma contribuição de tão-somente r$ 38,00 (trinta e oito) reais mensais, o grosso da população do Distrito Federal adotaria esse plano de saúde.
Os políticos nacionais sempre legislaram em causa própria, jamais se noticiou que essa gente ficou um mês sem receber seus gordos salários; são uma classe, em sua maioria, detestável pelos seus atos; recebem até QUINZE salários anuais, além de SOBEJA ajuda de moradia ainda que sejam proprietários de imóvel onde atuam; recebem, da mesma forma, até ajuda para comprar roupa, e, que fique claro, não é pequena não, enquanto isso, muita gente morre de fome em todo o país... Uma vergonha. Uma IMORALIDADE.
Que não se olvide, do mesmo jeito, que nessa casta de intocáveis políticos também se encontra o pessoal que faz parte do judiciário em todos os seus matizes.

Raimundo Santos tem licenciatura plena em Letras (Português e Literaturas Brasileira e Portuguesa); é Especialista em Direito Legislativo pela UNILEGIS em parceria com a UnB/UFMS, e é Especialista em Políticas Públicas e Socioeducação pela Universidade de Brasília em parceria com a Escola Nacional de Socioeducação/SDH-Presidência da República.

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